Divulgação/TV Record
E mais uma vez depositam-se todas as esperanças em “A Fazenda”. O reality vai estrear em um momento mais do que delicado para a Record, que vê o SBT cada vez mais perto e a vice-liderança bastante ameaçada, além de crise no setor de dramaturgia.
É pura inocência acreditar que o programa de Britto Jr. salvará a grade noturna do canal. Mais inocência ainda é imaginar que o Ibope de “Máscaras” aumentará por conta de ir ao ar depois de “A Fazenda”.
O motivo da baixa audiência das duas novelas atualmente em exibição é simples: elas não provocam interesse algum no público, apresentam mais do mesmo, dão sono e, no caso de “Máscaras”, vai ao ar muito tarde, não tem constância no horário. Esta mesma coluna já revelou quem é o principal inimigo da Record: ela própria.
A história da emissora não nega. “Vidas Opostas”, “Chamas da Vida”, “Promessas de Amor”, “Bela, a Feia” e tantas outras novelas eram novidade, tinham ação, deixavam o telespectador sem fôlego, tinham suspense… ingredientes que o público pede.
Começou-se a assistir novela na Record por conta das da Globo estarem como estão hoje as tramas da Record: frias. “Ribeirão do Tempo”, “Vidas em Jogo” e, agora, “Máscaras”, não despertam interesse algum, dão sonolência.
Muita coisa mudou na Barra Funda desde a segunda metade da década passada, quando a Record começou a guerra contra a Globo e disparou em buscar do primeiro lugar. Não fosse o despreparo de algumas pessoas, certamente hoje seria uma ameaça maior. “A Fazenda” foi explorada e desgastada até não sobrar mais nada. O reality foi dizimado pela própria Record (lembra quem é o principal inimigo da emissora, não é?).
Isso explica por que o programa que chegou a atingir 30 pontos no Ibope na primeira edição conseguiu muitas vezes menos que 10 na última temporada. O “Programa do Gugu”, o finado “Geraldo Brasil” e, principalmente, o “Hoje em Dia” – que cansou o telespectador ao se render à passarela com os eliminados – foram os principais responsáveis pelo desgaste do programa.
Aprender com o passado é a melhor forma de evitar os erros do futuro. O futuro da Record depende muito de “A Fazenda”, que pode sim dar certo. Mas não sozinha.
NT
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